quarta-feira, 18 de junho de 2014

Enigma da Vida


“Onde não puderes amar, não te demores.” (Augusto Branco).


Até quando e quanto vale estar em um lugar onde não podemos nos demorar? Qual é o limite entre a ética e o bem estar espiritual, físico e psicológico? O que diferencia uma ação profissional de uma ação amadora? Todas essas perguntas afligiram-me durante um tempo, um tempo curto, porém de muito desgaste e de sofrimento interno, e as respostas estavam bem ali, correndo como viral nas “timelines” do facebook, em sua maioria de vezes, “assinada” por Frida Kahlo.
O que Augusto Branco quis dizer com essa frase? Se resume apenas em um caso de amor? E porque persistimos em algumas situações onde o exemplo é claro que não é possível amar? Essa frase vai muito além de uma relação amorosa, vai além da moral, do cartesianismo, das regras de condutas que nos foram impregnadas durante nossas vidas.
O que é amar? O que é não poder demorar? Por que tantas perguntas para responder uma? Essa frase é tão simples que chega a ser complexa, e tudo está ali.
Vivemos em um mundo feito de relacionamentos, se você não se relaciona bem com alguém, o comum é se afastar. Mas quando estão em um coletivo, num relacionamento amoroso ou em algo mais profissional? Como fazer isso? Bom, desistir de algo não é fácil para ninguém, ainda mais quando você coloca a sua alma. Mas chega um momento que se a relação não está boa, se as energias não estão fluindo, se há descordialilade de todas as partes, não há porque prosseguir.
A vida é como um rio, as coisas fluem, e se há uma pedra no meio do caminho, a água passa por cima. E assim, devemos ser, se algo nos impede, devemos passar por cima disso. E é aí que está o “Pulo do Gato”, como “passar por cima” de algo que nos aflige? Em hipótese alguma devemos ser antiéticos e não profissionais, estar desgastado com qualquer tipo de relação não significa que você tenha que faltar com o respeito com as pessoas que estão envolvidas.
Hoje eu entendo essa frase, com certeza não podemos nos demorar onde não podemos amar, onde não podemos colocar nossa alma, ou simplesmente, não sentimos que aquilo faz parte da gente, ou que fazemos parte daquilo. Mas nas relações interpessoais devemos ter cuidado, somos peças de um grande tabuleiro de xadrez, o pião não come pra trás e o rei só anda uma casa por vez, não troquemos os pés pelas mãos, se relacionar é uma arte, a qual, se soubermos desenvolver, com ética e profissionalismo, conseguiremos alcançar nossos objetivos.
O amor é nosso ponto de partida, se amamos, fazemos, lutamos. E se não amamos? E quando perdemos o tesão? A paixão? Simplesmente deixamos de lado sem nenhuma explicação? Agimos com uma irresponsabilidade infantil? Acho que não seria a melhor escolha. De novo, o amor é o ponto de partida; se não pudermos amar que não demoremos, tudo tem um limite, tem um fim, ou melhor, um recomeço, então que ajamos com responsabilidade, em algumas situações extremas com um foda-se consciente, sim, consciente, porque toda ação tem uma reação, somos indivíduos que interfere no meio e como consequência o meio interfere em nós, indivíduos.
A vida é relacionamento, então, que não nos demoremos onde não podemos ser nós mesmos, que não nos mutilemos, e que sejamos éticos para vivermos em paz e harmonia nesse mundo de pleno caos que nos consola enquanto dançamos a valsa da vida.

(Texto: Nathally Amariá)


2 comentários:

  1. que bonito! nunca é demais ouvir, ler, falar, sentir as palavras, a literatura e o amor.

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  2. É verdade, nunca é demais... E obrigada pelas doces palavras!

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