quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pra você que faz meu pulmão arder

(Imagem: Google)
O amor é feito um câncer em estágio terminal. Mas não é qualquer amor, não falo desse amor que presenciamos entre casais alegremente patéticos, falo de um amor que transcende, um amor que talvez seja proibido, um amor mal resolvido. 
Um belo dia percebemos sua existência, a partir daí não comemos, não prestamos atenção em nossa volta, só observamos o alvo amado, mas quando percebemos sua tamanha contra mão, ele se transforma em algo... Enfim. Se instala no nosso corpo, faz seu coração acelerar, sua respiração fica ofegante, o pulmão arde, sua cabeça gira, ok, isso também são sintomas de uma crise de asma. Mas eu estava falando de câncer... Porra, o amor é uma doença. 
Se concretizando ou não, ele vem pra arrebatar, te leva ao ápice com um simples e banal “É CLARO QUE EU TE AMO” e te leva ao fundo do poço com um simples e banal “NÓS NÃO TEMOS FUTURO” (Essa é a mais idiota) ... Pois é, nós seres humanos somos muito filhos da puta!! 

Amar dói pra caralho, você pode morar com a pessoa amada e mesmo assim vai doer, conviver com quem se ama e perceber seus defeitos não é algo muito amável, mas só amando muito pra aturar (contraditório, não?). Por isso, amar dói... Chega um momento que você não entende bulhufas, porque até vendo um filme você consegue se lembrar desse alguém, e você chora feito uma criança , não entende o motivo de estar apaixonada, ou melhor, doente. 
(Imagem: Google)
Mas a vida é cheia de bifurcações, para o amor, há 2 saídas: Primeira – Você esquece tudo o que aconteceu e segue o fluxo. Segunda – Você manda o mundo pra puta que pariu e tenta de novo, se diverte se drogando com mais amor para se curar de um sentimento incurável, sim, porque quando você não está amando uma pessoa, está amando outra, e se joga num abismo sem fim, e cai lentamente se deliciando com o frio na barriga, e com o coração batendo a mil, e com o vento passando, ou não passando, feito fogo em seus pulmões, porque amar é assim, dói, mas vale a pena cada segundo, cada dor, cada pontada na boca do estômago e no coração.

Creio que seremos extintos por causa do amor!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Haicai II - Devaneios de Menina

Calmaria-
Sentada no banco da praça
A menina poetiza

Tarde ensolarada-  

A menina atenta, espera 
O barulho da bicicleta

Tela sobre o chão-
E a mão da menina
Dançarina  
Sem entender
A menina vai vivendo-
Solidão
Corda bamba-
A vida da menina
Balança
Cansaço-
O coração da menina
Não é de aço!
 Lágrimas rolam-
Dentro da menina há
Um poço de amor
Voo da libélula-
Os olhos da menina
Voam também
(Nathally Amariá)